Folha de São Paulo/Educação - 14/06/2010 - 03h00
Buscar ilustrações e criar
vínculo afetivo ajudam a formar crianças que gostam de ler
Fabiana Rewald
de São Paulo
de São Paulo
Quando Luisa
tinha seis anos, ouviu sua mãe contar uma versão de "A Bela
Adormecida" que achou diferente. Era mais rica nos detalhes, trazia
passagens que ela não conhecia.
A mãe, Maria
José Nóbrega, autora de livros infantis e especialista em literatura, explicou
que a versão se tratava de uma tradução do conto original dos irmãos Grimm. A
partir desse dia, Luisa, que hoje tem 27 anos, passou a preferir sempre versões
originais de clássicos.
Maria José
explica que nem sempre as adaptações são ruins, mas que elas costumam ter
reduções. Em alguns casos, passam por um filtro do "politicamente
correto" que as empobrece.
"Os pais
não devem se deixar levar pela onda do politicamente correto, porque os textos
são simbólicos e as crianças não são tolas, sabem que aquilo não é real."
Apesar de o
mercado editorial brasileiro ter diversas opções de bons livros novos, os
clássicos continuam sendo recomendados pelos estudiosos de literatura infantil.
"Os
clássicos ajudam no sentido de explicar situações típicas da infância, como o
medo, o mal, o bom", diz Ana Teberosky, professora catedrática de psicologia
evolutiva e de educação da Universidade de Barcelona.
Além disso,
livros atuais fazem referência a eles, por isso é importante que a criança
tenha esse repertório.
Para formar um
adulto leitor, é interessante que o momento da leitura em família tenha um
vínculo afetivo, diz Beatriz Cardoso, presidente do Cedac (Centro de Educação e
Documentação para a Ação Comunitária).
Ela sugere
que, se possível, os pais separem um momento do dia para ler com os filhos.
"O importante é que se crie uma rotina."
Regina
Zilberman, professora-colaboradora da UFRGS (federal do Rio Grande do Sul) e
especialista em literatura infantil, completa: "Às vezes, o livro é um elo
de ligação entre adulto e criança e entre irmãos."
Frequentar
livrarias e bibliotecas é importante para que a criança possa folhear os
livros, criando uma relação mais íntima com eles, segundo Márcia David de
Souza, coordenadora do maternal do Colégio Santo Américo (zona oeste de SP).
A imagem
também é um fator de atração para a criança e facilita o entendimento da
história, principalmente na fase de alfabetização. Angela Lago, uma das mais
respeitadas ilustradoras de livros infantis, conta que tem essa preocupação.
"Se você desenha bem, a imagem se torna um mapa da leitura."
Veja as indicações de
livros para crianças de 2 a 6 anos feitas pelos seguintes especialistas:
- Angela Lago, autora de livros infantis e ilustradora
- Cedac (Centro de Educação e Documentação para a Ação Comunitária)
- Márcia David de Souza, coordenadora do maternal do Colégio Santo Américo (zona oeste de SP)
- Maria José Nóbrega, autora de livros infantis e especialista em língua portuguesa e literatura
- Regina Zilberman, professora-colaboradora da UFRGS (federal do Rio Grande do Sul), docente do Centro Universitário Ritter dos Reis e especialista em literatura infantil
- Suely Gonçalves Gomes, orientadora do pré e do 1º ano do ensino fundamental do Colégio Santa Maria (zona sul de SP)
- Cedac (Centro de Educação e Documentação para a Ação Comunitária)
- Márcia David de Souza, coordenadora do maternal do Colégio Santo Américo (zona oeste de SP)
- Maria José Nóbrega, autora de livros infantis e especialista em língua portuguesa e literatura
- Regina Zilberman, professora-colaboradora da UFRGS (federal do Rio Grande do Sul), docente do Centro Universitário Ritter dos Reis e especialista em literatura infantil
- Suely Gonçalves Gomes, orientadora do pré e do 1º ano do ensino fundamental do Colégio Santa Maria (zona sul de SP)
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"Gato no Mato",
de Sebastião Nuvens – Dubolsinho
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